Bate-Bola | Vitor Yoshihara/Da redação | 09/03/2009 17h49

Bate-bola: Ângelo Augusto Smaniotto

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Ângelo Smaniotto

Parece que depois de décadas com os mesmos dirigentes, a renovação no esporte sul-mato-grossense está começando, ao menos no boliche. Ângelo Augusto Smaniotto, de apenas 23 anos, assumiu no ano passado a Federação de Boliche de MS e pensa principalmente em reestruturar a entidade, após o mandato do último presidente, segundo ele, pouco produtivo.

Filho do ex-presidente da federação Clair Assunto Smaniotto, Ângelo iniciou no esporte vendo o pai jogar. Começou aos oito anos, "com uma bolinha azul de 10 libras", e hoje carrega a responsabilidade de fazer a modalidade sair do centro Dourados-Capital, aproveitando o número de pistas espalhadas pelo Mato Grosso do Sul.

Esporte Ágil - Como estava a situação da federação quando você assumiu o cargo de presidente da federação e como está agora?
Ângelo Smaniotto -
Peguei em julho mais ou menos. Na verdade ela estava inativa. Ela foi ativa num mandato de quatro anos ela funcionou por um ano e meio. Como estava em inatividade e voltei a jogar mais ou menos nessa época, eu me empolguei. 'Vou pegar para tentar levantar e fazer de novo como foi um dia'. Só que depois que você está lá dentro, você vê que não é tão fácil como você pensa. Mas agora estamos buscando alternativas, estamos tentando ir atrás de patrocínios, que é o mais complicado, apesar de um dia o boliche, na época que existia o ranking da Fundesporte, a modalidade foi se não me engano a terceira federação em termos de angariar recursos do Governo. Aí depois perdeu a notoriedade, apesar dos destaques que nós temos ainda lá fora, mas aqui no Estado ela ainda está meio parada.

Esporte Ágil - Quais são os projetos da federação para 2009 e para os próximos anos?
Ângelo Smaniotto -
Em 2009 nós ainda estamos tentando principalmente nos reestruturar aqui no Estado. Lá fora a gente tem o CBD, que estão jogando. Eles têm uma estrutura sólida e estão mandando direto atletas quando tem torneios fora do Estado, estão tendo reconhecimento, estão se classificando muito bem. A gente aqui a princípio estamos tentando nos reformular mesmo, solidificar, tentar ganhar notoriedade de novo, visibilidade, principalmente para tentar trazer recursos para primeiramente deixar tudo em dia, o que está atrasado.

Esporte Ágil - O boliche pode ser considera um esporte de elite?
Ângelo Smaniotto -
De elite no lance financeiro, por assim dizer. Porque realmente é um esporte caro, não é muito barato. Se você quiser começar tem que ter no mínimo de 300 a 500 reais, para comprar a sua bola, para ter sua furação, e alguma outra coisa que você queira comprar. Mas não creio que seja de elite assim para praticar. Aqui em Campo Grande a hora e o preço realmente são caros para você jogar. Mas lá fora tem planos nos boliches que ao invés de você pagar por hora você paga por partida que você joga, e cada jogo se não me engano você paga 5 a 10 reais, enquanto que uma hora lá fora você paga 36 reais, ou seja, quase metade do que pagamos aqui. Mas não acho que é de elite não.

Esporte Ágil - A federação tem algum plano para mudar essa visão que o boliche tem aqui no Estado?
Ângelo Smaniotto -
Com a vinda do Pan aqui esses tempos atrás, que o boliche participou, querendo ou não a modalidade teve uma visibilidade até boa. Se não me engano o Fabinho ficou em segundo ou terceiro nas duplas e apareceu, foi comentado naqueles Globo Esporte e Jornal Nacional. A gente tenta o máximo possível mostrar para as pessoas, divulgar nos lugares onde vai ter, mesmo que você não vá jogar, só para você ver como que é, quem sabe um dia ela cria o gosto, começa a gostar do esporte e por aí vai.

Esporte Ágil - Você tem uma idéia de quantas pistas de boliche tem aqui no MS?
Ângelo Smaniotto -
Se não me engano 28 pistas.

Esporte Ágil - Você acha que esse número é pequeno para aumentar a amplitude do boliche no Estado?
Ângelo Smaniotto -
Aqui no MS não. Aqui é um número bom. Tanto porque quem está praticando realmente é o pessoal lá de Dourados, que tem dois boliches. Campo Grande que é Capital tem um, para você ter uma idéia. Corumbá e Maracaju achei interessante terem pistas. Para o nível estadual o número de pistas está bom, não diria ideal, mas é um número bom.

Esporte Ágil - Falando um pouco no âmbito estadual. A seleção de MS teve bons resultados nos Brasileiros que ela participou. O que você acha que essas boas colocações trouxeram para a modalidade?
Ângelo Smaniotto -
Principalmente por não deixar o boliche afundar, na época em que a federação ficou inativo. A seleção, querendo ou não, a maior parte é o pessoal de Dourados. Gente que sempre se manteve jogando, manteve o clube, sempre viajando, para poder participar. Creio que a persistência, o amor, a paixão ao esporte falou muito mais alto.

Esporte Ágil - Existe alguma rivalidade sadia entre Dourados e Campo Grande?
Ângelo Smaniotto -
Sim, sempre teve, e acho que até que é bom. Muitos falavam 'o pessoal da Capital tem uma estrutura melhor', mas em termos de boliche isso não é verdade. Porque lá eles tem uma estrutura até melhor do que a nossa aqui. A única diferença é que aqui a casa é maior e as pistas são internacionais, mas aqui quase não tem manutenção e torneios praticamente não tem mais nenhum. Já em Dourados não, eles levam a sério, tem planos para fazerem torneios. Mas acho que é uma rivalidade gostosa.

Esporte Ágil - Quem quiser começar a praticar boliche profissionalmente, não apenas como diversão, o que a pessoa deve fazer?
Ângelo Smaniotto -
Olha, o pessoal aqui em Campo Grande, quem gostar, criar interesse, na maioria das vezes sempre tem alguém praticando boliche lá no Strike, vai lá praticar, nem que seja uma hora. Caso não tenha, entre em contato com o pessoal do Strike mesmo, que eles conhecem praticamente todos os bolicheiros lá, que eles passam contato, telefone de quem que tem que falar, e-mail, que dia que vão praticar, isso é o de menos. E o pessoal de Dourados é a mesma coisa, sendo que é até mais fácil de achar eles lá, justamente pelo motivo deles treinarem mais que a gente. No mínimo um telefone você vai conseguir.

Esporte Ágil - E criança, tem como jogar? A partir de que idade você acha apropriado começar a jogar boliche?
Ângelo Smaniotto -
A partir da idade que você começar a conseguir segurar uma bola, por mais leve que seja. Tem filhos dos "cabeças do ranking" por assim dizer, só de ver o pai jogando, iniciam a jogar. Eu fui assim, comecei a jogar com oito anos de idade, jogava com uma bolinha azul de 10 libras, lembro até hoje. Mas a partir do momento que você conseguir segurar uma bola e você ver que você gostou do esporte, que é aquilo que você quer, não tem restrição de nada. Se você me perguntar até que idade você acha que dá para uma pessoa idosa jogar, acho que é até a hora que você conseguir. Tem gente de 85 anos jogando lá fora, e tem outras que tem 10, 11 anos jogando já.

Esporte Ágil - Você já tem alguma idéia de quais serão os torneios que a federação vai organizar este ano?
Ângelo Smaniotto -
A gente ainda não definiu calendário, vamos nos reunir ainda. Se tudo der certo, no início do mês de março. Mas a princípio, fazer os mesmos torneios que fizemos no ano passado, que foram a Taça Campo Grande, o Individual e o Inter-Empresas, que é um dos principais, um dos mais tradicionais que tem aqui no Estado.

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