Bate-Bola | Hélio Lima | 23/02/2015 00h35

Babalu

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Babalu

Um dos melhores goleiros da história do futsal de Mato Grosso do Sul, Jefferson Morgado Silva, nasceu em 12 de maio de 1985. O experiente jogador é um cigano da bola.

Babalu, como é conhecido, tem passagens por clubes do interior de São Paulo, Paraná e Portugal, onde jogou por cinco temporadas.

Em 2014, retornou ao Brasil, indo jogar no Paraná. Em 2015, ele voltou para o futsal paulista, aonde defende a equipe do FIB Bauru.

Babalu falou ao site Esporte Ágil sobre sua carreira. 

Confira:

Esporte Ágil - Como foi o inicio no esporte? 

Babalu - Primeiramente gostaria de agradecer ao espaço cedido, pois sem vocês e difícil  acontecer o futsal. Comecei no esporte com uma típica historia de goleiro. Fui jogar uma pelada em lugar q não conhecia ninguém e além de me deixarem de próximo, ainda me mandaram pro gol, ai foi ali que descobri o que ia ser, por que não estavam conseguindo fazer gols e começaram a apelar para o "dedão".

EA - Fale sobre sua trajetória. Por quais clubes você passou?

Babalu - No futsal iniciei no Colégio ABC, depois passei por ABC/UCDB, SEI/DOM BOSCO, MACE UNIDERP. No interior já joguei por Dourados, Amambaí, Bela vista, Coxim e Naviraí.

O meu primeiro clube fora do estado foi o Castilho (SP), depois Osvaldo Cruz (SP), Tupâ (SP), Santa  Fé do Sul. Depois fui para Portugal onde fiquei por cinco temporadas. O primeiro clube lá foi AAUTAD/REALFUT depois segui para o GS LOURES E SL OLIVAIS.

Em 2014 voltei para o BRasil no ACMF CAMPO MOURÃO-PR . O meu clube atual é o FIB BAURU.


EA - Em que ponto ter participado da SEI/Dom Bosco foi importante para sua formação como atleta?

Babalu - A SEI/DOM BOSCO foi importantíssima não só na minha formação como atleta, pois foi o clube que deu maior visão ao nosso estado em relação da grandeza e proporção da grandeza do que é o futsal. Pena que aquilo que é bom dura pouco.

EA - Como avalia o futsal de MS de hoje em uma comparação com 10 anos atrás, quando você despontou?

Babalu - Dez anos atrás, havia anos mais equipes e campeonatos. Existiam muitas equipes com qualidade na nossa capital. No interior nós tínhamos times que jogavam há muito tempo juntos. Isso fazia campeonatos de alto nível na época. A forma com que se tratava o futsal era mais profissional. Quem sabe com a nova direção da Federação possa haver mudanças que agradem. Mais isso é algo que ainda vai levar tempo para voltar a ser o que era.

EA - Quais as diferenças no jeito de se jogar futsal nos locais em que atuou?

Babalu - O Futsal de São Paulo é mais tático e habilidoso. Já no Paraná é um pouco mais de marcação e pegada. Os jogadores do nosso estado se encaixam em qualquer clube de fora. O grande problema está na divulgação destes atletas que ficam muito escondidos. Em nível de torcida existem lugares em que a cidade respira e é movida através do futsal.

EA - Como era a rotina de treinamentos na Europa? No que se difere com a rotina dos clubes brasileiros?

Babalu - No Brasil a carga e o nível de treinamento são maiores. Em Portugal onde estive a maioria dos clubes treinam somente à noite com exceção de Benfica e Sporting, que também não treinam todos os dias em dois períodos, sem falar nos jogos que são uma apenas vez por semana. Em São Paulo passei por situações de jogar até quatro vezes na mesma semana.

EA - Você foi para Europa em uma época em que o continente estava em crise. Isso afetou os atletas brasileiros que estavam lá?

Babalu - Com certeza. A crise afetou diretamente os atletas. Muitos clubes reduziram suas folhas salariais de maneira absurda, sem falar em clubes que atrasavam salários e ate não pagavam os jogadores, com isso muitos voltaram para o Brasil

"Eu continuo sendo fã do estilo Lavoisier de defender - o melhor de todos os tempos"


EA- Ocorreu alguma mudança no estilo do goleiro brasileiro nos últimos anos? Ter jogado fora do país fez você mudar o seu jogo?

Babalu - Com certeza houve grande mudança no estilo dos goleiros. Hoje em dia eles usam muito mais do posicionamento e quase não vão ao chão. Essa forma de jogar é da Europa, pois lá os goleiros são assim, principalmente na Espanha. Eu continuo sendo fã do estilo Lavoisier de defender - o melhor de todos os tempos.

O meu estilo mudou um pouco. Na Europa não finalizam tanto de longa distância, sempre atacando com bola trabalhada.

EA - Como foi ter voltado a atuar no Brasil após tanto tempo? Você sentiu alguma diferença no jeito de se jogar?

Babalu - Com certeza quando voltei pro Brasil senti muita diferença, pois o ritmo e a cobrança sâo muito fortes. Tive que me readaptar rapidamente.

EA - O futsal é um esporte dinâmico. O atleta tem que ser completo e muito inteligente para ser dar bem. Como a base é importante na formação de um jogador completo?

Babalu - A formação e importantíssima na vida de um atleta em geral, mas para que sso tenha frutos também tem de haver um feedback entre atleta e treinador para juntos trabalharem pelo mesmo objetivo.

EA - Saber jogar com os pés é requisito básico para um goleiro estar em uma grande liga?

Babalu - É sempre importante saber jogar com os pés ou ter pelo menos uma noção básica. É um recurso importante para nos tornarmos mais completos e hoje em dia é uma habilidade que os clubes pedem ao atleta.

"De certa forma me sinto realizado, pois só eu sei de onde sai e onde Deus me levou e colocou através do futsal."


EA - Fale sobre suas principais conquistas em todo esse tempo no esporte? Pessoais e profissionais. Se você voltasse ao seu tempo de juvenil. O que você faria de diferente?

Babalu - A minha conquista pessoal foi por onde ter passado ter deixado boas impressões como pessoa e como profissional, tendo portas abertas e grandes amigos em todo lugar por onde passei.

Já nas conquistas profissionais quando cheguei a São Paulo via os jogadores falando do prêmio tênis de ouro e sonhava em vencer um, e assim aconteceu. Deus me abençoou com Dois Tenîs de Ouro . Um em 2006 e outro em 2008. Foram duas Copas TV Fronteira, sendo eleito o melhor goleiro em ambas edições.

Fui campeão da série prata, campeão dos Jogos Regionais em Ourinhos, campeão Jogos Abertos Brasileiro em Nova Friburgo pela Amambai/Uniderp e campeão da Copa Tv Tem por Santa Fé do Sul.  

Em Portugal no primeiro ano fui eleito o melhor jogador do clube na temporada. Recebi o Prêmio by Club, além da Taça Conselho de Loures.

Eu não faria nada de diferente de quando juvenil. Sempre fui um atleta focado, fazendo esforços para treinar e jogar. Coisa que é difícil de ver nos dias de hoje.

EA - Você já realizou o seu grande sonho no esporte? Já valeu a pena todo o esforço?

Babalu - Com certeza valeu a pena cada momento, seja os bons ou ruins, pois cada um deles me ensinou a viver e a crescer como profissional e pessoa e creio q e isso que levamos dessa vida são os momentos.

De certa forma me sinto realizado, pois só eu sei de onde sai e onde Deus me levou e colocou através do futsal. Para terminar realizado, eu gostaria de voltar à Liga Nacional como um dos principais goleiros, pois na SEI Dom Bosco eu era muito novo e ficava entre segundo e terceiro goleiro. Sei que e difícil mais não impossível.

EA - Diga aos leitores e aos garotos que sonham em serem jogadores profissionais.

Babalu - Agradeço a todos os leitores e espero que  tenha contribuído de alguma forma, e quanto aos mais novos, vocês devem sonhar, pois os sonhos nascem no coração de Deus, foquem em um objetivo criem metas sempre, e se dediquem ao máximo, tendo uma vida moderada, seguindo estes quesitos o sucesso é garantido.


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