Bate-Bola | Da redação | 07/06/2016 15h27

Amanda dos Santos

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Amanda Santos disputará o torneio que será realizado entre os dias 22 e 29 de agosto. Amanda Santos disputará o torneio que será realizado entre os dias 22 e 29 de agosto. (Foto: Divulgação)

Atleta de 24 anos foi convocada para disputar o 15º Campeonato Mundial Universitário de Futsal pela seleção brasileira.

A jogadora de futsal Amanda dos Santos Farias, 24 anos, foi convocada para disputar o 15º Campeonato Mundial Universitário de Futsal pela seleção brasileira universitária, que será realizada em julho (de 3 a 10), em Goiânia (GO). No dia 25 de junho ela se apresenta à equipe.

“Não vou mentir: chotei muito”, resumiu a atleta, sobre o sentimento ao receber a notícia da convocação. “Assim que desliguei, o celular, já tremendo, fui contar pra minha mãe e minha irmã que estavam na sala. É meu primeiro Mundial, minha primeira convocação. Estar na delegação da seleção foi a melhor notícia que já recebi. É o auge do esporte”, comentou a atleta, que já atuou por sete anos no futsal de Santa Catarina e, atualmente, defende a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), onde cursa o 5º semestre de Educação Física.

A atleta acaba de receber a medalha de bronze pela equipe de futsal feminino na Liga do Desporto Universitário (LDU), em Brasília (DF). Ela conta que após sete anos jogando em Santa Catarina (SC), viu a necessidade de voltar a suas origens e ingressar na vida acadêmica em busca de adquirir mais conhecimento e se profissionalizar.

Confira a entrevista com a jogadora:

Por que o interesse pelo futsal?
Primeiro por influência de familiares. Meu pai jogava futebol e me levava sempre nos jogos dele. Foi inevitável não ter o mínimo gosto pelo futebol, já que desde pequena era o que eu vivenciava. Minha mãe também teve grande influência, pois era formada em Educação Física e sempre me incentivou a praticar algum esporte, seja ele qual for. Meu irmão mais velho já dentro do esporte, jogando nas categorias de base nas cidades onde moramos, também me levou a gostar de futebol. Nossas brincadeiras então sempre envolvia ‘jogar bola’. Então meu envolvimento foi praticamente todo influenciado por familiares. Com o decorrer dos anos, meu interesse foi aumentando e procurei me aprofundar mais. Foi aí que surgiu o futsal na minha vida, pois nas escolas a quadra era ambiente mais usado pelos professores e assim comecei desde pequena jogando o futebol de salão.

Quais suas principais conquistas no esporte? E as maiores decepções?
Felizmente tive e tenho ainda grandes conquistas dentro do esporte. Não só em questão de títulos, mas sim conquistas pessoais. Fiz muitos amigos, alguns que levo comigo até hoje. Conheci lugares pelo Brasil todo que nem em sonhos pensaria um dia conhecer. Tive um amadurecimento enorme por ter que morar sozinha muito cedo, criando uma responsabilidade e maturidade já devido ao esporte. Decepções foram poucas. Quem joga futsal no Brasil, e principalmente futsal feminino, responderia o mesmo que eu: a falta de incentivo e visibilidade nessa modalidade. O Brasil é potência, tanto no masculino, quanto no feminino. Seria essa então a minha grande decepção: a falta de espaço que a modalidade tem no geral.

Qual a realidade do futsal em Mato Grosso do Sul?
A realidade é quase igual à de todo o Brasil. Mas, aqui, o único incentivo são as bolsas que as faculdades oferecem para os atletas que os representarem em competições. Sobreviver sem nenhum tipo de apoio familiar acho difícil, de alguma forma você acaba, às vezes, pagando pelo que faz dentro da nossa realidade no esporte.

Você acha que falta para as empresas daqui descobrirem o valor do esporte?
Diante da nossa realidade, principalmente na mídia, onde não se transmite nenhum jogo de futsal feminino, fica difícil julgar somente as empresas ou achar que são responsáveis totalmente no apoio. São muitos os responsáveis por isso e, se cada um fizesse sua parte, com certeza a realidade seria outra. Não tenho muito argumento em relação ao poder público, já que nossa realidade são incentivos universitários.

Você jogou por sete anos em Santa Catarina. Qual a diferença entre o futsal catarinense o sul-mato-grossense?
A diferença é mínima, mas existe e faz toda diferença pra se manter um time de alto nível: são profissionais em todas as áreas envolvidas no esporte. Em Santa Catarina, tem treinador, auxiliar técnico, preparador físico, preparador de goleiro, fisioterapeuta, nutricionista e psicológico. Fora o incentivo com um salário a parte, fora a bolsa de estudos que também ajuda muito e faz com que se consiga atletas de alto nível fora de suas cidades, dando moradia e alimentação e uma ajuda de custo ainda. Voltei por motivos familiares, vi a necessidade de ficar do lado da minha família e a distância já estava difícil de aguentar.

E como recebeu a convocação para a o Campeonato Mundial Universitário de Futsal pela seleção brasileira universitária?
Recebi uma ligação diretamente do técnico e, e em seguida, a confirmação no meu email pelo diretor da Seleção Brasileira Universitária. Não vou mentir: chorei muito, foi minha primeira reação. Assim que desliguei, o celular, já tremendo, fui contar pra minha mãe e minha irmã que estavam na sala. É meu primeiro Mundial, minha primeira convocação. Estar na delegação da seleção foi a melhor notícia que já recebi. É o auge do esporte.

O Brasil é um dos favoritos?
Não sou muito de favoritismo, pois existem varias seleções de alto nível. Apesar disso, esse favoritismo existe sim, por nunca termos perdido sequer um de todos os mundiais já realizados.

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