Basquete | Máquina do Esporte | 27/08/2020 09h34

Bucks não entra em quadra e jogo da NBA é adiado

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O posicionamento dos jogadores da NBA pelo movimento 'Black Lives Matter' tomou outra proporção na noite de quarta-feira (26). As manifestações começaram com a recusa do Milwaukee Bucks em entrar em quadra para enfrentar o Orlando Magic, como forma de protesto pelo caso de violência policial ocorrido com o americano Jacob Blake. Nos momentos seguintes, uma série de jogos foi adiada e a manifestação chegou até a uma partida da MLB.

Jacob Blake é do Estado de Winsconsin, o mesmo do Milwaukee Bucks. No último fim de semana, ele levou, pelas costas, sete tiros de policiais ao tentar separar uma briga entre duas mulheres. Desarmado e ao lado de seus filhos, ele sobreviveu ao ataque, mas deverá perder o movimento nos membros inferiores.

No complexo da ESPN onde acontece a 'bolha' da NBA para a disputa do playoff, o Milwaukee Bucks não chegou a sair do vestiário. Ao saber da recusa dos rivais em entrar em quadra, os jogadores do Orlando Magic também se retiraram.

O que aconteceu posteriormente foi uma sucessão de apoio à decisão. A diretoria do time, por exemplo, logo se posicionou sobre o caso. O clube afirmou que não sabia da decisão dos atletas, mas que mantém total apoio a eles e ao protesto realizado, já que o gesto forte seria "a única forma de gerar mudanças".

A Fox, que transmitiria a partida, deixou o tom mais conservador e também mostrou apoio ao time. "Você tem a habilidade de lutar pelo que você acredita neste país, e os Bucks estão fazendo isso neste momento, e eu estou muito orgulhosa", afirmou a repórter da emissora, Zora Stephenson, em depoimento ao vivo.

A NBA não considerou a partida um WO e adiou o encontro entre as duas equipes. E, frente a toda repercussão, resolveu fazer o mesmo com outros jogos que aconteceriam na quarta-feira. Em seguida, as jogadoras da WNBA se reuniram e decidiram que também não jogariam. As atletas vestiam uma camiseta branca com furos vermelhos nas costas, em alusão à violência sofrida por Jacob Blake.

O movimento foi além do basquete e paralisou o esporte americano. Na MLB, a liga de beisebol do país, o time de Milwaukee, o Brewers, seguiu o mesmo caminho e não jogou a partida contra o Cincinnati Reds. "Esta noite, queremos 100% de foco nas questões que são muito mais importantes que o beisebol", comentou o arremessador do time, Brent Suter. Ele se uniu a diversos outros nomes do esporte americano, especialmente do basquete, a mostrar apoio à causa.

A adesão não parou por aí. A Major League Soccer teve os cinco jogos da rodada suspensos, e a liga ainda soltou um comunicado para dizer que está do lado dos atletas e do combate ao racismo.

"Toda a família da Major League Soccer está profundamente entristecida e horrorizada com o tiro sem sentido de Jacob Blake e os acontecimentos em Kenosha. Continuamos apoiando a comunidade negra em todo o nosso país - incluindo nossos jogadores e funcionários - e compartilhando sua dor, raiva e frustração. A MLS condena inequivocamente o racismo e sempre defendeu a igualdade, mas precisamos fazer mais para tomar medidas tangíveis para impactar a mudança. Continuaremos a trabalhar com nossos jogadores, nossos clubes e a comunidade do futebol em geral para aproveitar nosso poder coletivo de lutar por igualdade e justiça social", afirmou a liga.

O Detroit Lions, da NFL, se recusou a treinar, e os jogadores foram para fora do local de treino para fazer um protesto. Numa lousa, escreveram a frase "O Mundo não pode continuar". Além disso, o técnico Matt Patricia deu entrevista condenando o racismo e incentivando outros times a fazerem também seus protestos e se recusarem a treinar. A temporada do futebol americano, o esporte mais popular do país, está marcada para começar na próxima semana.

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