Atletismo | Da redação | 31/07/2017 10h05

Corrida traz para Festival a integração entre cultura e esporte

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Concentração e foco no aquecimento foi o que se observou nos atletas durante a preparação para a largada da Corrida de Inverno de Bonito, na manhã deste domingo (30.07), na Praça da Liberdade. Enquanto se preparavam para realizar a prova, eles faziam exercícios e participavam da aula de zumba.

Entre os corredores, no aquecimento, estava Leyze Pereira Souza, 45 anos, de Dourados, que começou a treinar esse ano. Esta é a sua quarta corrida. “A corrida para mim é tudo que você possa imaginar. É uma satisfação, eu descobri uma paixão. Espero que eu me saia bem hoje”. O militar Waltenyr Cosme do Nascimento, de 49, de Campo Grande, começou a correr há três anos, como forma de se recuperar de uma operação no joelho. “Tive que mudar a rotina. Eu gosto de correr, é pela satisfação pessoal e também pela saúde. Espero fazer 15 minutos e 26 segundos hoje, o mesmo tempo que fiz na corrida em Dourados, em 27 de maio”.

Simone Martinelli, 46 anos, é profissional. Ela ganhou a inscrição para as quatro etapas da Rota das Estações, mas é especialista mesmo em ultramaratonas, que são as corridas de montanhas e trilhas. Foi a única atleta de Mato Grosso do Sul que fez o percurso de Morungaba e tirou o primeiro lugar geral. “Corro para incentivar, para ser uma inspiração para outras pessoas. O esporte é muito importante, você sai do sedentarismo, se movimenta e melhora a autoestima. O que me move é a minha fé. A gente aprende muitas coisas nesse percurso, é um encontro com seu interior, com Deus”. O meu objetivo é superar meus próprios limites”.

Às oito horas em ponto, o coordenador da corrida, Ulysses Serra, deu início à competição com um sinal sonoro. Ele diz que a realização do evento foi um trabalho dos últimos dois meses e que já uma semana e meia antes do dia da largada, as inscrições já tinham sido encerradas por terem sido preenchidas todas as 300 vagas. Esta é a segunda vez que a corrida é realizada, durante o Festival. “Este ano vai ser melhor, mudamos o percurso, que agora passa pela Pilad Rebuá, para a cidade de Bonito poder acompanhar. É a única corrida do Circuito Rota das Estações que acontece durante o dia, é outra ‘vibe’”.

Depois de mais de quinze minutos do início da prova chegou o primeiro colocado dos 5 quilômetros, Guilherme Ademilson dos Santos, 25 anos, morador de Campo Grande. Ele corre há nove anos e treina numa pista de carvão, na capital. É sua primeira vez em Bonito. “Fui num ritmo forte, mas bem tranquilo. A corrida é tudo pra mim, ela é meu ganha-pão. Já fiz o sul-americano, o mundial, tudo que eu consegui foi pela corrida”.

Pouco depois chegou Vilma Pires de Souza, 48 anos, a campeã dos 5 km feminino. Vilma é de Birigui, interior do Estado de São Paulo, e começou a correr com 30 anos. “O percurso foi bom, para ir foi um pouquinho pior, depois foi melhor. A corrida é uma terapia. Meu irmão começou a participar, depois resolvi ir também. Faz bem para a saúde, é tudo”, diz. Ela trabalhava na colheita do café e hoje faz do atletismo sua profissão. “Já comprei moto, uma casa e os móveis com o dinheiro dos treinos. Fazer um treino de qualidade, viver da corrida é uma luta, exige dedicação e disciplina”.

Mas nem só de campeões é feita uma competição. Tem muita gente que corre por prazer, para se superar e confraternizar com outras pessoas. É o caso da portuguesa que mora em Bonito, Ana Maria Félix Silvestre, de 55 anos, que chamou a atenção por correr de mãos dadas com seu colega de igreja, André Santana. Enquanto faziam o percurso, um dava força para o outro. “Faz dois anos que comecei a correr, por brincadeira, e agora a gente quer sempre mais. Eu treino com planilha, pois minha treinadora, Maira Brum, é de Dourados. Tem que ter muita determinação”.

O presidente do instituto Sangue Bom, professor Carlão, é transplantado de medula óssea. Seu transplante foi realizado há oito meses e meio, e em abril deste ano, começou a correr. Sua companheira, Tatiana Amorim de Deus, corre junto para dar força. “Tenho acompanhamento médico, de fisioterapeutas, e a corrida faz parte da recuperação do transplante. É muito bacana, durante o percurso as pessoas ficam me dando força. Não busco números, mas completar a prova, para comemorar a vida”.

Durante a cerimônia de premiação, que aconteceu às 10 horas na Praça da Liberdade, o secretário de Cultura e Cidadania de MS, Athayde Nery, parabenizou a todos os participantes e manifestou desejo de correr também. “Bom dia, pessoal. Eu ainda não corro os 10 quilômetros, só os cinco, mas fui orientado por maratonistas, ano que vem pretendo participar. Essa integração do esporte com o Festival de Inverno de Bonito é muito importante. Viva Mato Grosso do Sul! Viva o Brasil!”

Confira abaixo a classificação geral:

5 km – masculino

1 – Guilherme Ademilson dos Anjos

2 – Eder Vaz Rodrigues

3 – Flávio Bezerra de Carvalho

4 – Josué Quintana

5 – Lucas da Silva Meira

5 km – feminino

1 – Vilma Pires de Souza

2 – Susie Dávalos Guibu

3 – Elizabeth Dias Coca

4 – Cecília Fujimaki

5 – Neuza Mariko Kondo Hagio

10 km – masculino

1 –Leonardo Moraes da Silva M. Amorim

2 – André Rodrigues do Nascimento

3 – Willian José da Silva

4 – Claudio Einar Moraes Gomes

5 – Jose Carlos Junior

10 km – feminino

1 – Gisele Aparecida Bittencourt

2 – Simone Martinelli

3 – Suzana Batista Ferreira

4 – Lucilene M. Aristimunho

5 Ana Maria Barretto Martins

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