Natural de Fortaleza (CE), Jonatan Natanael Guedes da Silva, conhecido como Paraíba, encontrou no jiu-jitsu um caminho de disciplina e propósito. Morando em Ponta Porã, na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai, ele lidera uma das equipes da CheckMat na cidade, onde também atua como professor e competidor.

Paraíba começou no esporte no final de 2012, sem grandes pretensões. “Comecei a treinar jiu-jitsu no final de 2012, apenas para conhecer o esporte novo mesmo, um esporte que eu me apaixonei e pratico todos os dias”, resume. Desde então, construiu sua trajetória dentro e fora dos tatames, com foco no ensino da modalidade e no desenvolvimento pessoal dos alunos.

Na função de liderança da equipe, ele explica que a base do trabalho é consolidada desde as turmas infantis. “Hoje em dia já é muito mais fácil porque já conseguimos implantar o nosso método de ensino e de respeito com todos os alunos, desde a turma kids, crianças já a partir de três anos, até os adultos”, afirma. Para ele, o jiu-jitsu é inclusivo e pode ser iniciado em qualquer fase da vida: “o céu é o limite, porque não tem idade para começar esse esporte”.

O professor destaca que o principal valor transmitido nas aulas é a busca por evolução pessoal. “A gente tenta passar a autoconfiança, e a evolução pessoal mesmo, cada dia. Nunca tentar ser melhor que alguém, mas sim ser melhor que você mesmo a cada dia. A maior disputa que sempre vamos ter na vida é contra nós mesmos”, diz.

No currículo como atleta, ele já participou de eventos importantes como o Campeonato Brasileiro, o Sul-Americano da IBJJF e o Mundial da CBJJD, além de torneios como o Black Indoor da FSMJJ. Ainda assim, ele aponta outro tipo de conquista como a mais significativa. “Acredito que a conquista mais marcante que tive na carreira é olhar um aluno meu sendo feliz competindo em qualquer campeonato”, revela.

Em relação ao cenário do jiu-jitsu em Ponta Porã, Paraíba vê um momento positivo. “Hoje em dia, o cenário do jiu-jitsu ali na fronteira está muito forte. Temos muitas academias boas, todas elas cheias, e uma coisa legal que temos lá é a interação entre as academias”, pontua.

Além da parte técnica, ele enfatiza a importância do preparo emocional. “Acredito que o mental é mais de 50% da luta. Você estando com a cabeça boa, com a confiança lá em cima, tudo se torna mais fácil para implantar o seu jogo e seus conhecimentos”, avalia. Paraíba também ressalta os desafios de conciliar a rotina de atleta e professor: “O maior desafio mesmo é aprender a treinar inteligente para evitar lesões e ter cuidado com a rotina de alimentação. Conciliando essas duas, tudo começa a fluir, mas realmente é um pouco desgastante”.

Acreditando no jiu-jitsu como instrumento de mudança social, ele cita exemplos próximos. “Temos nomes que vieram do projeto social, eram crianças e hoje em dia têm sua própria profissão. Estão colocando seus filhos no jiu-jitsu, sua família. Eles chegam para nós e falam que tudo aquilo foi muito por conta da influência que tivemos na vida deles. É muito satisfatório”, afirma.

Com relação ao futuro, Paraíba tem objetivos bem definidos, tanto como competidor quanto como líder da equipe. “Nosso objetivo principal é tentar fazer um cidadão um pouco melhor, ser um campeão na vida e não só nos tatames. Como competidor, vou continuar lutando campeonatos regionais e alguns fora do estado, porque essa adrenalina de estar ali é uma coisa que me deixa muito feliz.”

Para quem está começando ou deseja seguir carreira no jiu-jitsu, o recado é direto. “Não é fácil, é um pouco sofrido, mas é muito satisfatório. Além de resultado, não podemos esquecer de onde viemos, não podemos perder nossa humildade. E como eu falei antes, entender que a principal batalha é contra nós mesmos.”