A trajetória da jogadora Amanda Gabriela no futebol começou em Corumbá, cidade onde nasceu. Foi nas ruas e nas escolas do município sul-mato-grossense que ela deu os primeiros passos com a bola nos pés. Aos 16 anos, mudou-se para Campo Grande para dar início à carreira de forma mais estruturada. Na capital, passou a integrar o Esporte Clube Comercial, onde permaneceu por cerca de um ano, participando de campeonatos estaduais e outras competições. “Treinei durante 1 ano ali, jogando estadual e os campeonatos que o clube disputava aí na capital, isso no ano de 2019”, conta.
A mudança precoce exigiu sacrifícios. Para investir no sonho de se tornar jogadora profissional, Amanda deixou a cidade natal e enfrentou desafios comuns a muitas atletas do futebol feminino. “As dificuldades foram ficar longe de casa, abandonar tudo na cidade natal e ir para outro estado sem conhecer ninguém e ir atrás do sonho”, relembra.
Depois da experiência em Campo Grande, Amanda passou a rodar por outros estados em busca de oportunidades no esporte. Em 2022, ela foi contratada pelo Red Bull Bragantino, de São Paulo, para integrar a equipe de base. A passagem pelo clube paulista marcou a realização de um dos seus grandes objetivos. “Foi uma experiência boa e diferente. Disputar um Paulistão com grandes clubes e clubes da primeira divisão foi uma sensação boa, de realização de um sonho”, afirma.
Hoje com contrato profissional, Amanda defende o Flamengo de São Pedro, clube do Rio Grande do Sul. Ela está indo para a segunda temporada consecutiva com a equipe. “Assinei meu contrato profissional com o Flamengo aqui do Rio Grande do Sul. Estou indo para o segundo ano jogando na categoria profissional”, explica. Antes, havia atuado também em Brasília, onde morou por um tempo durante outra temporada da carreira.
Durante a trajetória, Amanda pôde vivenciar diferentes realidades do futebol feminino no Brasil. Para ela, as estruturas variam muito de clube para clube, refletindo diretamente nas oportunidades oferecidas às atletas. “As estruturas são bem diferentes. As diferenças estão na questão de oportunidades, financeiro e visibilidade”, resume.
Apesar de avanços recentes na modalidade, Amanda avalia que ainda há um longo caminho a ser percorrido em termos de valorização e igualdade no futebol feminino. “Está enfrentando muito ainda. Questão de igualdade falta muito ainda na categoria. E a valorização”, observa.
Mesmo diante dos desafios, a atleta segue determinada. Ela afirma que se sente um exemplo para outras meninas que sonham em seguir o mesmo caminho. “Sim! Lidar com essa responsabilidade sendo exemplo em tudo, sendo dentro de campo ou fora”, afirma. Com planos de continuar evoluindo profissionalmente, Amanda também mira um dos objetivos mais ambiciosos para qualquer jogadora: “Sim, sonho em chegar na Seleção Brasileira”.
A experiência acumulada nos últimos anos dá a Amanda autoridade para deixar um recado a quem está começando. Ela enfatiza a importância da disciplina, da fé e da persistência. “Para quem está iniciando: focar em Deus, treinos e ter disciplina. Ter compromisso com treinos, treinar mais do que todos. Se tiver que levantar cedo para treinar, tem que treinar. Jamais desistir, porque os ‘não’ vão aparecer, mas sempre treinar e tentar. Em algum momento vai chegar a vez de cada um, só esperar e confiar em Deus”.